Câmara de vereadores de Curitiba recebe reitor após moção de apoio às universidades públicas

Ricardo Fonseca frisou a importância de transmitir informações verdadeiras sobre as universidades e combater as fake news

Após a aprovação de duas moções de apoio às universidades públicas brasileiras na Câmara Municipal de Curitiba, o reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Marcelo Fonseca, realizou uma fala salientando os problemas que os cortes determinados pelo Ministério da Educação (MEC) causarão e reforçando a importância de desmistificar as notícias distorcidas e a caricaturização das universidades que tem acontecido pela mídia e nas redes sociais.

Fonseca pediu que os representantes da população curitibana, usando da liderança comunitária que possuem, ajam como veículos transmissores da verdadeira informação e de defesa dessas instituições cruciais para a sociedade. “As notícias apontam as universidades como ineficientes, sendo que mais de 95% da ciência, da tecnologia e da inovação no Brasil é por elas produzidas. Exemplo são as pesquisas sobre o grafeno, substância retirada do grafite com grande potencial tecnológico, realizadas há anos por renomados pesquisadores da UFPR como Aldo Zarbin e José Eduardo Padilha”.

O reitor relembrou, ainda, a liderança absoluta das universidades públicas nos rankings universitários, bem como a transparência da instituição que é cumprida tal como a legislação determina. “O orçamento e todos os contratos da universidade estão disponíveis na internet. Não existe empresa privada que seja tão controlada quanto as universidades públicas são”. Para finalizar a fala, ele destacou que as universidades são parceiras do Brasil.

A explanação de Fonseca foi mais um passo na busca de apoio por parte das forças políticas. Na manhã desta segunda-feira (13), a bancada parlamentar no Congresso Nacional também demonstrou suporte à causa. “Isso mostra que o movimento político e social a favor da universidade e contra os cortes só tem crescido. Vamos continuar galgando esses apoios porque é disso que precisamos para sensibilizar o Governo Federal de que sem a reversão desses cortes as nossas atividades, tão estratégicas e fundamentais, serão inviabilizadas”.

Moções

Nesta segunda-feira (13), a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovou duas moções de apoio às universidades públicas brasileiras. Um dos documentos cita expressivamente a constante redução orçamentária que a UFPR tem sofrido, a importância para a ciência nacional, o papel de inclusão das populações desfavorecidas e a contribuição para a educação básica.

Inegável a imprescindibilidade das Universidades Federais, pois estas respondem por mais da metade dos cursos e dos alunos de mestrado e doutorado do País além de produzirem a maior parte da ciência nacional. São indispensáveis na inclusão das populações desfavorecidas e, por meio da interiorização, têm contribuído para a redução das assimetrias regionais.

A moção foi assinada por 29 dos 38 vereadores e apresentada pelo líder do Executivo na CMC, Pier Petruzziello, que defende, principalmente, o incentivo à pesquisa. “Nem todos podem estar presentes em universidades privadas e, em sua maior parte, as públicas têm um ensino mais qualificado, essencialmente no que tange à pesquisa, tecnologia e inovação. Para nós é muito importante, como representantes da cidade de Curitiba, demonstrar esse apoio”, comenta Petruzziello.

Na mesma sessão foi aprovada, ainda, uma moção de apoio e solidariedade apresentada pelo Professor Euler. A proposta fala da necessidade de uma abordagem positiva: No caso local, a UFPR é considerada a 7ª melhor Universidade Federal do país, sendo a 2ª colocada em inovação, a 5ª em Direito, Ciências Contábeis e Turismo e a 8ª melhor em Medicina. É um patrimônio do povo paranaense, sendo essencial para a diminuição das desigualdades em nossa sociedade, visto que propicia que alunos de baixa renda tenham sua vida transformada a partir da Educação de qualidade.

O vereador, que é também professor de cursinho preparatório para vestibular, reconhece que a UFPR afeta a vida de milhares de pessoas direta e indiretamente. “Vejo, todos os anos, alunos com o sonho de ingressar nesta Universidade. Nesse momento eles sentem esse sonho abalado”. Para ele, o governo precisa encontrar maneiras mais eficazes de fazer economia no País mantendo os serviços prioritários como saúde e educação.

De acordo com Fonseca, as universidades públicas são patrimônios inalienáveis de toda a população, que deve lutar por elas. “Opor essas instituições à sociedade e ao desenvolvimento como se fossem pertencentes a um grupo isolado é um discurso errado. As universidades fazem parte de um projeto de Estado: realizam políticas públicas, são agentes de desenvolvimento, mas também de civilidade nacional”.

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