A energia renovável ou energia alternativa é aquela gerada através de fontes renováveis e, portanto, minimiza o impacto ao meio ambiente, seja por meio do não esgotamento de recursos ou por evitar a emissão de gases na atmosfera. É o exemplo da energia fotovoltaica, que consiste na captação de energia solar e transformação em energia elétrica.
Desde abril de 2012, quando entrou em vigor a Resolução Normativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) nº 482/2012, revisada pela RN nº 687/2015, o consumidor brasileiro pode gerar sua própria energia elétrica a partir de fontes renováveis ou cogeração qualificada e, inclusive, fornecer o excedente para a rede de distribuição de sua localidade.
E a adesão a esse tipo de energia tem aumentado significativamente nos últimos anos. Segundo levantamento feito pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), entre 2016 e 2018, o número de Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs) relacionadas a energias alternativas cresceu 536% no Estado. O levantamento mostra ainda que o numero de ARTs no Paraná saltou de 771 em 2016 para 4.139 em 2018, um crescimento de 536% nos últimos dois anos.
Na Regional Cascavel, no mesmo período, o número de ARTs saltou de 169 em 2016 para 1.196 em 2018, um crescimento de 707%. De acordo com o Gerente Regional do Crea, Geraldo Canci, esse aumento deve continuar este ano. “Somente nos três primeiros meses de 2019 contatamos 908 ARTs anotadas na nossa regional que atende 52 municípios da região Oeste. Em todo o Estado, no mesmo período, esse número foi de 2.628 ARTs”, confirma Canci.
O mesmo levantamento mostra também que houve aumento no número de empresas registradas que solicitaram ARTs para esta atividade. Em 2016, no Estado foram 90, número que saltou para 212 em 2018. No mesmo período, na Regional Cascavel, este número também subiu de 24 empresas em 2016 para 56 em 2018. No primeiro trimeste deste ano 177 empresas fizeram o pedido de ARTs no Estado para esta atividade e na Regional Cascavel foram 67 empresas.
Com relação ao número de profissionais que emitiram ARTs para esta atividade, em 2016 em todo o Paraná foram 217. Em 2018 o número saltou para 496. Na Regional Cascavel, no mesmo período, esse número foi de 51 profissionais em 2016 para 123 em 2018 e a perspectiva também é de crescimento. De janeiro a abril de 2019, 379 profissionais
anotaram ARTs no Estado para energias alternativas, sendo 119 Engenheiros na Regional de Cascavel.
Fiscalização
Com o aumento dessa demanda o Crea-PR também aumentou o número das fiscalizações desta atividade. Nas fiscalizações são verificados se os profissionais e empresas atuantes estão devidamente registrados junto ao sistema Confea/Crea, se emitiram a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), se os trabalhos estão sendo executados conforme suas atribuições profissionais e se há de fato a efetiva participação profissional.
As ações acontecem em usinas, empresas, construções, manutenção e operação de usinas, em fábricas de equipamentos, empresas que prestam serviços e consultoria na área e instalações que possuem geração para consumo próprio, condomínios, shoppings, hotéis, hospitais e outros.
Gerando energias alternativas
Conforme o manual de fiscalização da Câmara Especializada de Engenharia Elétrica do Crea-PR (CEEE), geração distribuída por fontes renováveis é aquela originária de fontes energéticas naturais, que possuem capacidade de regeneração. As fontes de energia renovável são alternativas aos sistemas convencionais de geração e, via de regra, causam menor impacto ao meio ambiente.
Para a ANEEL, o consumidor brasileiro pode gerar sua própria energia elétrica a partir de fontes renováveis ou cogeração qualificada e, inclusive, fornecer o excedente para a rede de distribuição de sua localidade. Trata-se da micro e da minigeração distribuídas de energia elétrica, inovações que podem aliar economia financeira, consciência socioambiental e autossustentabilidade. Denomina-se microgeração distribuída a central geradora com potência instalada até 75 quilowatts (KW) e minigeração distribuída aquela com potência acima de 75 kW e menor ou igual a 5 MW (sendo 3 MW para a fonte hídrica), conectadas na rede de distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras.
Estima-se que até 2024 mais 1,2 milhão de consumidores passem a produzir sua própria energia, o equivalente a 4,5 gigawatts (GW) de potência instalada.
Segundo a agência, caso a energia injetada na rede seja superior à consumida, cria-se um “crédito de energia” que não pode ser revertido em dinheiro, mas pode ser utilizado para abater o consumo da unidade consumidora nos meses subsequentes ou em outras unidades de mesma titularidade (desde que todas as unidades estejam na mesma área de concessão), com validade de 60 meses. Um exemplo é o da microgeração por fonte solar fotovoltaica: de dia, a “sobra” da energia gerada pela central é passada para a rede; à noite, a rede devolve a energia para a unidade consumidora e supre necessidades adicionais. Portanto, a rede funciona como uma bateria, armazenando o excedente até o momento em que a unidade consumidora necessite de energia proveniente da distribuidora.
Embora a instalação de kits fotovoltaicos seja mais relacionada à Engenharia Elétrica, outras modalidades profissionais podem estar envolvidas com a instalação dos kits, a depender da complexidade, porte e dispositivos de suporte necessários como por exemplo: Engenheiros Civis podem estar envolvidos com o projeto estrutural e de fundações das estruturas de concreto-armado que sejam necessárias para suportar a instalação dos kits; bem como Engenheiros Mecânicos podem estar envolvidos com o projeto, fabricação e execução de estruturas metálicas que sejam necessárias para a instalação dos kits fotovoltaicos.
Investimentos
Os números só constatam a tendência cada vez mais forte do uso de energias renováveis. A média de investimento para um sistema de energia fotovoltaica gira em torno de R$ 20 mil, considerando uma residência de médio porte. Mas é importante ressaltar que, para a instalação e manutenção do sistema, é necessária a contratação de profissionais habilitados nas áreas de Engenharia. O Engenheiro Eletricista é o profissional indicado para fazer o projeto, que consiste no estudo para implantação do sistema, de modo a garantir o retorno esperado.
O Engenheiro Eletricista mestre no assunto, Renato Sakamoto, diz que “ter a presença de um Engenheiro Eletricista qualificado é importante porque garante três precauções para o seu sistema: segurança na geração elétrica, alta eficiência na conversão da luz em energia e a prolongada vida útil dos equipamentos”, alerta.
Sakamoto lembra ainda que os perigos são muitos na geração de energia alternativa. “Um sistema de geração mal dimensionado pode não atender a demanda prometida e um dimensionamento falho pode ocasionar um incêndio”, ressalta. Por isso ao abrir mão de um profissional ou empresa com responsável técnico capacitado, o cliente corre diversos riscos. O sistema de armazenamento de energia pode se tornar poluente, com a emissão de gases no ambiente, por exemplo, ou até danos fatais.
Após a instalação, recomenda-se a manutenção anual. “O papel da manutenção é garantir que o sistema fotovoltáico continue gerando energia ao longo de toda a vida útil nos mesmos níveis de performance esperados durante a elaboração do projeto. Desta forma, o impacto da falta de manutenção é justamente a possibilidade de perda de performance, reduzindo a geração de energia e a consequente economia do consumidor”, conclui o Engenheiro Eletricista.