Paraná terá segunda ponte ligando Brasil e Paraguai

Investimento foi confirmado pelo presidente Jair Bolsonaro em Foz do Iguaçu, na posse do diretor-geral brasileiro de Itaipu.

A importância estratégica da Itaipu Binacional para o desenvolvimento do Paraná e do Brasil foi destacada pelo presidente Jair Bolsonaro e o governador em exercício Darci Piana nesta terça-feira (26), em Foz do Iguaçu, na posse do novo diretor-geral brasileiro da empresa binacional, Joaquim Silva e Luna. O presidente do Paraguai, Mário Abdo Benítez, prestigiou a solenidade em Foz do Iguaçu.

Bolsonaro confirmou a construção da segunda ponte ligando o Brasil ao Paraguai, sobre o Rio Paraná, em Foz. O investimento foi autorizado em dezembro do ano passado e a proposta é que ela seja bancada por Itaipu. "A segunda ponte sobre o rio Paraná, bem como sobre o rio Paraguai, é de fundamental importância para os nossos povos. Conte com o apoio do nosso governo para concretizarmos esse objetivo", afirmou Bolsonaro, na solenidade.

Ele disse que a parceria entre Brasil e Paraguai, pelo Paraná, possibilitará a construção da nova ponte, novos eixos comerciais e que a nova direção da Itaipu está compromissada com o desenvolvimento econômico do país. “Esse momento tem um simbolismo de extrema importância. Atualmente, o país que não tem energia está fadado ao insucesso. Nós devemos procurar outras fontes e preservar e administrar as que temos. Vamos ter produtividade ampliada para o bem dos brasileiros e dos paraguaios”, afirmou.

ECONÔMICO – O papel da cooperação entre a binacional, o Governo do Estado e o setor produtivo foi definida pelo governador em exercício Darci Piana como estratégica para o desenvolvimento do Oeste do Paraná e de todo o Estado.

Ele destacou que a parceria envolve o G7, grupo que reúne os maiores produtores e empresários do Paraná. “São parcerias que estão colaborando com o crescimento do Paraná e do Brasil. O Estado tem recebido extraordinária ajuda da Itaipu desde a sua fundação”, afirmou.

A hidrelétrica entrega royalties da exploração hidráulica para 15 cidades paranaenses. “O Paraná está à disposição da Itaipu e dará todo suporte necessário para que a nova gestão tenha sucesso. Continuaremos trabalhando para a modernização do Estado”, afirmou Piana.

Já o presidente do Paraguai destacou a produtividade da Itaipu e o “maior empreendimento de energia elétrica do mundo”. Ele mencionou a revisão da distribuição dos royalties em 2023. “Paraguaios e brasileiros temos adiante um mesmo desafio: a revisão das bases financeiras cujo prazo de negociação é eminente. As nossas relações devem estar sustentadas por valores e princípios”, destacou.

FOCO – No discurso de posse, o novo diretor-geral brasileiro, Joaquim Silva e Luna, citou que o principal papel da Itaipu é produção e geração de energia elétrica. “Esse deve ser o nosso foco. Com isso, teremos a melhoria de vida dos dois países-irmãos. E também a busca de novas alternativas de produção de energia com segurança, menores tarifas e menor custo operacional”, afirmou.

Luna ainda citou a Itaipu como símbolo de integração, amizade e confiança. “É uma prova do que países-irmãos fazem em proveito de sua gente. No dia a dia há que se reforçar as convergências e buscas de consensos paritários. O tratado de Itaipu é a nossa Bíblia. A partir dele vamos avançar buscando soluções e trajetórias de consenso, sempre preservando o igualitário bem comum de nossos povos e nossos países”, completou.

Para o ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, a escolha de Luna atende a uma demanda por desenvolvimento econômico. “A Itaipu pressupõe desenvolvimento sustentável para região de entorno e benefícios para a população. Fortaleceremos os setores elétrico, de petróleo e gás, mineração, porque são grandes geradores de riquezas e fundamentais para a retomada da economia. Sempre com compromisso com a segurança jurídica e regulatória”, completou.

ITAIPU BINACIONAL – Recordista em geração de energia no mundo, com mais de 2,6 bilhões de megawatts-horas (MWh) acumulados desde o início de sua produção, em 1984, a Itaipu é um exemplo bem-sucedido de integração entre dois países em âmbito jurídico, político e diplomático.

A binacional do Brasil e do Paraguai conta com um orçamento anual da ordem de US$ 3,5 bilhões, sendo 70% deste montante destinado ao pagamento da dívida da construção, que será quitada em 2023, incluindo juros e amortizações. No ano passado, a hidrelétrica abasteceu 15% do mercado de energia elétrica brasileiro e 90% do paraguaio.

No discurso de despedida, o ex-diretor-geral brasileiro, Marcos Stamm, afirmou que a Itaipu tem importância vital para o Paraná, em especial para a região Oeste. “Já atingimos 54 municípios (entre eles, os 15 com royalties) paranaenses. Nessa área a Itaipu é uma das principais forças indutoras do desenvolvimento sustentável. Também estamos atuando em conjunto com o G7 com objetivo de implementar projetos que beneficiem o Estado e o desenvolvimento de cadeias produtivas”, afirmou.

Em termos turísticos, a Itaipu também é uma gigante brasileira, tendo ultrapassado a marca de milhão de visitantes em 2018, recorde anual de visitação. No ano passado, 1.024.667 turistas passaram pela usina. No total, os atrativos turísticos da hidrelétrica já receberam mais de 22 milhões de visitantes desde a abertura de suas portas à comunidade, em 1976.

JOAQUIM DE LUNA E SILVA – O presidente Jair Bolsonaro e o ministro de Minas e Energia (MME), almirante Bento Albuquerque, nomearam o novo diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Joaquim Silva e Luna, e o novo diretor financeiro executivo da empresa, vice-almirante Anatalício Risden Júnior, na última quinta-feira (21). Eles substituem Marcos Vitório Stamm e Mário Antônio Cecato, respectivamente. O mandato tem validade até 16 de maio de 2022. Luna será o 13º diretor-geral brasileiro da Itaipu.

Luna esteve à frente do Ministério da Defesa de 27 de fevereiro de 2018 a dezembro do mesmo ano e foi o primeiro militar a comandar a pasta. Com experiência em planejamento estratégico, orçamento e gestão de projetos, ele comandará o lado brasileiro da usina em momento relevante para a binacional, às vésperas da renegociação do Anexo C do Tratado de Itaipu, que dispõe sobre as bases financeiras da operação.
O último militar brasileiro a dirigir a Itaipu Binacional foi Ney Aminthas de Barros Braga, entre 1985 e 1990. Ele foi precedido pelo general de exército José Costa Cavalcanti, o primeiro diretor-geral brasileiro de Itaipu (1974-1985), que participou de todo o processo de construção da usina.

PROTAGONISTA – A presença do presidente Jair Bolsonaro na posse do diretor-geral brasileiro de Itaipu, em Foz do Iguaçu, foi o primeiro compromisso administrativo programado fora de Brasília desde que assumiu o cargo. O governador em exercício Darci Piana destaca que o Paraná tem sido protagonista na interação com o governo federal. Ele que cita que em cerca de 40 dias, o Estado já recebeu três visitas de ministros. Leia mais Aqui.

PARTICIPAÇÕES – Participaram da solenidade Arnoldo Wiens, ministro de Obras Públicas do Paraguai; Bernardino Caballero, vice-ministro das Relações Exteriores do Paraguai; José Alberto Alderete Rodríguez, diretor-geral paraguaio da Itaipu; os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Fernando Azevedo e Silva (Defesa); Roberto Vaesken, governador de Alto Paraná, no Paraguai; Carlos Simas Magalhães, embaixador brasileiro no Paraguai; Wilson Ferreira Junior, presidente da Eletrobrás; o prefeito de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro; os deputados federais Vermelho, José Carlos Schiavinato, Ricardo Barros e Felipe Francischini; o deputado estadual Hussein Bakri; o chefe da Casa Civil, Guto Silva; o presidente da Copel, Eduardo Pimentel; autoridades empresariais e de organismos internacionais.

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