Falar em altitude no Flamengo é praticamente impossível não lembrar daquela cena com Renato Augusto, usando máscara de oxigênio à beira de campo nos mais de 4.000 metros de Potosí, na Bolívia, em 2007. Em 2019, o Rubro-Negro está de volta ao país para jogar em mais um dos estádios mais altos do mundo: o Jesús Bermúdez, em Oruro, 3.700 metros acima do nível do mar e palco da estreia do Rubro-Negro na Libertadores nesta terça-feira, às 19h15 (de Brasília), contra o San José.
Preocupada, a diretoria do Flamengo preparou uma força-tarefa anti-altitude que envolve: vitaminas e exercícios respiratórios com os jogadores; escolta de ambulância durante toda a estadia em Oruro; 10 cilindros de oxigênio, que só serão usados em eventuais emergências e não serão exibidos para não assustar os atletas. Além disso, para minimizar os efeitos dos 3.700 metros, o Flamengo ficará em Santa Cruz de la Sierra – 400 metros acima do mar – até horas antes do jogo.
Flamengo volta a encarar altitude após quatro anos: em 2015-2016, o time não se classificou para a Libertadores, enquanto em 2017-2018 escapou das montanhas no sorteio. Clube chegou a formalizar pedido na Fifa em 2007 para proibir partidas acima de 2.750m sem período de adaptação.
O temor rubro-negro se reflete nos números. Embora o Flamengo já tenha vencido o América-MEX a 2.250m e o Jorge Wilstermann a 2.570m, por exemplo, nas partidas com altitudes mais elevadas, acima de 3.000 metros, o time só ganhou uma em cinco compromissos, coincidentemente todos pela Libertadores. O clube experimentou diferentes tipos de aclimatação para estes jogos, mas seu aproveitamento foi de apenas 26,6%: uma vitória, um empate e três derrotas.