Uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Delaware e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) descobriu que plantas de milho atraem nematoides famintos enquanto são atacadas vermes resistentes a modificação genética. De acordo com eles, essa é uma estratégia defensiva indireta usada pela planta híbrida.
Nesse contexto, os pesquisadores descobriram que quando um verme resistente mastiga a raiz dessa planta, ela emite um sinal químico específico que funciona como uma isca. Neste caso, o composto orgânico enviado pela planta do milho atrai nematoides, pequenas criaturas semelhantes a vermes que se alimentam desse tipo de larva.
Segundo informou Bruce Hibbard, cientista do USDA, que lidera a pesquisa em genética vegetal na Universidade do Missouri, dos Estados Unidos, essa é uma ótima notícia para os nematoides, mas uma nova vulnerabilidade para o verme resistente, uma compensação que explica como um traço recém-adquirido custa ao organismo algo em desenvolvimento ou capacidade de reprodução. “Você pode chamá-lo de defesa do sino de jantar do nematoide. Os produtos químicos dizem a todos os nematoides que estão dentro do alcance que o jantar está pronto e as larvas de lagartas estão no menu”, comenta.
"Este é o primeiro caso em que vimos algum tipo de custo associado à resistência – e é uma inclinação diferente do custo de fitness do que qualquer um pensou antes", disse Hibbard. "A única razão pela qual os nematoides estão atacando esses insetos resistentes é que eles estão causando mais danos", completa.
Em alguns casos, os compostos são emitidos apenas para atrair nematoides quando esses vermes resistentes atacam. Além disso, os compostos não são emitidos quando insetos não resistentes atacam o milho, porque o dano à planta não é grande o suficiente para desencadear a defesa.