Combustível do Futuro, no Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) e na Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). Esses programas foram apontados como instrumentos fundamentais para fortalecer a sustentabilidade, ampliar a diversificação da matriz energética e criar oportunidades de negócios para as cooperativas do agro.
Esse conjunto de discussões reforçou o compromisso do Sistema OCB em acompanhar de forma qualificada os debates legislativos e regulatórios, ao mesmo tempo em que fortalece a capacidade das cooperativas de se posicionarem como protagonistas em um cenário de profundas mudanças no setor energético, garantindo que a agenda do cooperativismo esteja sempre presente nas decisões estratégicas do País.
À tarde, a agenda foi marcada por encontros parlamentares com lideranças estratégicas, entre elas os deputados Sérgio Souza, Arnaldo Jardim, Tião Medeiros e Pedro Lupion, todos integrantes da FRENCOOP e da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Esses diálogos representaram uma oportunidade de aprofundar os debates sobre as Medidas Provisórias em tramitação, a pauta ambiental e os desafios regulatórios que impactam diretamente o cooperativismo. Ao longo das reuniões, foi possível reforçar a importância de assegurar condições adequadas para que as cooperativas possam continuar crescendo e inovando, bem como destacar a relevância da energia como insumo essencial para a agroindústria. O ambiente de diálogo permitiu não apenas alinhar estratégias, mas também consolidar o apoio político necessário para que as especificidades do movimento cooperativista estejam contempladas nas decisões do Congresso Nacional.
O segundo dia do Programa Portas Abertas começou com uma visita guiada ao Congresso Nacional, proporcionando aos representantes das cooperativas uma experiência prática sobre o funcionamento do Legislativo e o papel estratégico do Parlamento nas decisões que impactam diretamente o setor elétrico e, consequentemente, o cooperativismo. Na sequência, a comitiva cumpriu agendas técnicas em órgãos fundamentais para o setor de energia. Na Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), os participantes foram recebidos por Lívia Raggi, chefe adjunta do Gabinete do Diretor-Geral, e por João Luís dos Passos, Chefe da Assessoria de Gestão Institucional. Durante a reunião, a comitiva apresentou a relevância do Paraná no cenário nacional, destacando que o Estado ocupa a 4ª posição na contribuição do PIB brasileiro e, considerando apenas a indústria de transformação, figura como a 3ª maior economia do País. A partir desse panorama, foram debatidos pontos sensíveis para as cooperativas agropecuárias,
especialmente no que se refere aos critérios de continuidade do fornecimento de energia utilizados pela ANEEL, como os indicadores DEC e FEC. Ressaltou-se que a continuidade do serviço é fator crucial para a agroindústria, trazendo exemplos concretos do impacto que interrupções podem causar, como situações em que apenas um minuto sem energia pode resultar em prejuízos da ordem de R$ 10 mil.
Outro aspecto destacado foi a crescente eletrificação do setor produtivo, muitas vezes impulsionada pela escassez de mão de obra em determinadas atividades, o que amplia o consumo e a dependência de energia elétrica de forma acelerada. Nesse contexto, foram discutidas possibilidades de projetos-pilotos nas cooperativas voltados à qualidade e continuidade do fornecimento de energia. A ANEEL apontou que tais iniciativas podem ser viabilizadas, inclusive no formato de sandbox regulatório, desde que haja necessidade de afastamento regulatório, reforçando que a Agência tem incentivado propostas inovadoras que contribuam para o desenvolvimento do setor elétrico e tragam soluções práticas para os desafios enfrentados na ponta.
Já no Ministério de Minas e Energia (MME), a comitiva foi recebida por Frederico de Araújo Teles, Diretor do Departamento de Políticas Setoriais. A reunião concentrou-se em temas estratégicos para o futuro do setor. Foram discutidas as Medidas Provisórias em tramitação, ressaltando a importância da previsibilidade regulatória e legislativa, elemento fundamental para dar segurança ao planejamento de investimentos e para a operação das cooperativas em todo o País. Também esteve em pauta a flexibilização dos horários dos descontos aplicáveis às atividades de irrigação e aquicultura. O MME reforçou que as normas estão sendo construídas de modo a respeitar as particularidades regionais e setoriais, justamente porque cada realidade apresenta especificidades que precisam ser consideradas.
As visitas técnicas reforçaram a importância do diálogo institucional das cooperativas com os órgãos reguladores e com o Executivo, permitindo não apenas compreender com maior profundidade os rumos do setor energético, mas também apresentar as contribuições e necessidades concretas da base cooperativista.
Esse intercâmbio foi considerado essencial para fortalecer o alinhamento de agendas, ampliar a previsibilidade das políticas públicas e consolidar o cooperativismo como ator estratégico na construção do futuro do setor elétrico brasileiro.
O encerramento do Programa Portas Abertas ficou a cargo da superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, que destacou a importância da aproximação entre a representação nacional e as cooperativas agropecuárias do Paraná. “O que construímos juntos nesses dois dias reforça a força do setor e mostra que estamos preparados para participar ativamente da construção do futuro da energia no Brasil”, finalizou.
Créditos: Sistema OCB