O último relatório do Departamento de Meteorologia dos Estados Unidos (NOAA), divulgado nesta quinta-feira, dia 14, elevou para 80% as chances de que o fenômeno se estenda até meados da primavera deste ano. Anteriormente, a expectativa era de que o El Niño durasse até o outono.
Esse prolongamento do fenômeno traz alguns efeitos para as lavouras. Diferentemente do ano passado, quando o trigo sofreu com a falta de chuva na hora do plantio (que teve que ser adiado), neste ano podemos ter excesso de umidade na época da semeadura do cereal. “O El Niño, mesmo que fraco, pode deixar o inverno mais chuvoso do que o normal”, afirma a meteorologista Desirée Brandt, da Somar Meteorologia.
Outro impacto seria a menor quantidade de ondas de frio, algo que pode beneficiar as lavouras de milho segunda safra, que tradicionalmente sofrem com as chances de geadas precoces. Para os produtores de cana-de-açúcar, o efeito pode ser negativo. Um fim de inverno chuvoso e um aumento da quantidade de chuvas na primavera podem alterar o índice de açúcar total recuperável (ATR), diminuindo a produtividade.
Segundo o NOAA, como as previsões feitas durante a primavera são menos precisas, por se tratar de uma estação de transição, as chances de que o El Niño persista até o verão são de 60%. O fenômeno só foi completamente configurado em fevereiro deste ano, mas os efeitos na atmosfera já são sentidos desde o ano passado, durante o plantio das lavouras da safra de verão.
No mês passado, as temperaturas da superfície do mar ficaram acima da média em grande parte do oceano Pacífico Equatorial. Embora não seja um fenômeno de forte intensidade, com anomalias muito altas, ele será mais duradouro do que se esperava. A anomalia em grande parte das áreas do oceano varia entre 0,5°C ou 1°C acima da média.
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