Governo do Pará transfere presos envolvidos em massacre

Serão transferidos 46 detentos suspeitos de participação na morte de 58 presos em unidade de Altamira

Os 58 presos morreram —sendo 16 decapitados— na manhã desta segunda (29) durante uma rebelião registrada no Centro de Recuperação Regional de Altamira, unidade prisional no sudoeste do Pará.

A rebelião foi a maior do ano em número de mortes, superando a de maio, quando uma sequência de ataques nos presídios do Amazonas deixou ao menos 55 mortos.

Segundo o Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), a rebelião começou por volta das 7h, durante o café da manhã. 

O motivo do massacre é uma disputa entre duas facções criminosas pelo controle da unidade prisional de Altamira, segundo o governo do Pará. 

O Comando Classe A (CCA) é adversário da facção carioca Comando Vermelho (CV), quem vem se expandindo no Norte por meio de alianças regionais e da perda de poder na região do Primeiro Comando da Capital (PCC), alvo do massacre do Ano Novo de 2017 nos presídios de Manaus.

Sempre de acordo com a versão oficial, membros do CCA colocaram fogo na cela de um pavilhão controlado pelo CV. A maioria das 58 mortes ocorreu por asfixia, e outros 16 internos foram decapitados.

"Foi um ato dirigido. Os presos chegaram a fazer dois agentes reféns, mas logo foram libertados, porque o objetivo era mostrar que se tratava de um acerto de contas entre as duas facções, e não um protesto ou rebelião dirigido ao sistema prisional", afirmou o superintendente do Susipe, Jarbas Vasconcelos, em nota à imprensa.

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