Projeto em Londrina ressocializa presos oferecendo vagas de trabalho

Atualmente, 140 presos trabalham dentro da unidade 2 da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL). Empresa que se instala em barracão da unidade paga apenas o salário dos detentos, não precisa arcar com 13° salário e FGTS.

Um projeto em Londrina, no norte do Paraná, está dando a oportunidade de ressocialização para presos da unidade 2 da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL 2) ao oferecer trabalho.

Para os detentos, uma oportunidade de limpar e apagar as atitudes que os levaram para a cadeia.

Josimal Caetano é exemplo de mudança. Ele passou a juventude na prisão, foram 25 anos encarcerado. Depois de ganhar a liberdade, se tornou empresário e acabou voltando para a penitenciária para dar oportunidade a outras pessoas, para ensinar um ofício aos presos.

"É gratificante. Ter passado por vários obstáculos e hoje estar fazendo aquilo que aprendeu dentro do sistema. Pra mim, é muito gratificante", disse o empresário.

Atualmente, 140 pessoas trabalham na PEL 2. O número é importante, mas poderia ser bem maior, a meta é chegar a 360.

Para isso, é preciso que mais empresários apostem nessa ideia que além de trazer economia para a empresa também ajuda na preparação dessas pessoas que logo vão ganhar a liberdade.

A PEL 2 tem seis barracões preparados, porém, por enquanto apenas um está sendo usado. Outros estão prontinhos para que as empresas comecem a operar.

Além da questão do apoio a essas pessoas, o projeto oferece benefícios. As empresas pagam apenas um salário mínimo ao preso, não há encargos. O empresário não precisa pagar 13°salário, férias e FGTS.

Vinte e cinco por cento do salário pago vai para o Departamento Penitenciário e o restante é repassado para o preso.

Do total pago ao preso, 80% pode ser repassado à família do detento, os outros 20% são depositados em uma conta bancária. O valor pode ser resgatado quando ele deixar a prisão.

Além da possibilidade de trabalhar dentro da penitenciária, também é possível contratar um preso para trabalhar fora da unidade.

"O preso é classificado dentro da unidade, e o preso que está na unidade de progressão, tem um decreto com os critérios que o incluem no programa. Temos a modalidade de trabalho externo, onde mesmo o preso em regime fechado, com autorização da Vara de Execuções Penais, pode trabalhar na empresa sendo monitorado", explicou o diretor da PEL 2, Emerson Chagas.

Ressocialização de presos em Londrina — Foto: Reprodução/RPC

Ressocialização de presos em Londrina — Foto: Reprodução/RPC

O trabalho é uma atividade que muda a realidade das pessoas. Prova disso, é o detento Nelson Barbara que daqui dois anos deve deixar a penitenciária.

Foi preso há 16 anos, quando tinha 20 anos. Além de ter a pena reduzida, a cada três dias de trabalho tem um dia a menos na prisão, trabalhando ele tem esperança de fazer diferente quando estiver em liberdade.

"Essa oportunidade ajuda muito. Muitos querem uma oportunidade, mas às vezes não têm. Chega lá fora e tem dificuldade para conseguir um serviço, está desacreditado. Se o empresário mudar um pouco a cabeça, dar uma oportunidade para o detento, pode ter certeza que é uma arma a menos na rua. Muitos companheiros querem uma oportunidade para vir pra cá, para trabalhar, para mudar de vida", enfatizou o detento.

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