Segundo o meteorologista Gabriel Rodrigues, do Portal Agrolink, a previsão para a segunda quinzena de setembro indica chuvas para algumas regiões do Centro-Sul do Brasil, mas os volumes projetados são baixos. “A projeção aponta chuvas para o Centro-Norte de Mato Grosso do Sul, São Paulo, metade sul de Minas Gerais, sul de Goiás e Mato Grosso. No entanto, os volumes indicados nas projeções são inferiores a 15 mm para todo o período, exceto no sul de Minas Gerais e leste de São Paulo, onde os acumulados podem chegar a 30 mm”, explica Gabriel.
Com a chegada da primavera, a previsão de médio prazo se torna mais incerta devido à formação de chuvas convectivas — pancadas de chuva localizadas que surgem em decorrência do calor e da umidade. Essa situação gera dificuldades para os agricultores que aguardam a chuva para iniciar o plantio da soja. “O plantio está atrasado, e com essas chuvas localizadas e de volumes baixos, o cenário ainda é arriscado para quem optar pelo plantio no pó”, destaca o meteorologista.
Gabriel também alertou para a mudança no padrão de umidade que ocorreu entre o início de setembro e agora. “Até o dia 10, havia um indicativo de período mais úmido cobrindo boa parte do Centro-Oeste e Sudeste. No entanto, esse sinal de umidade se deslocou para a Região Sul e para o leste do Sudeste”, afirmou. Mesmo com a possibilidade de que as chuvas cheguem às regiões produtoras do Centro-Oeste, Gabriel adverte que o cenário mais provável ainda é de uma condição mais seca, especialmente no norte do Mato Grosso, Pará e áreas do MATOPIBA.
A incerteza climática, segundo ele, é amplificada pelas projeções inconsistentes sobre a La Niña. “Estamos enfrentando uma situação semelhante à de 2016, quando a La Niña não se configurou. Essa incerteza pode perdurar por toda a temporada, dificultando o planejamento dos produtores”, observa Gabriel. Ele recomenda que os agricultores façam um acompanhamento contínuo das previsões de curto prazo para melhor planejar o início da safra e estejam preparados para possíveis condições climáticas extremas, como calor excessivo e falta de chuvas logo após o plantio.