A forte seca que atinge grande parte do Sul do país já é sinônimo de perdas para os produtores. É o caso do produtor de leite Jaisson Tirone, morador de Chapecó em Santa Catarina, que precisou abater parte de seu rebanho de vacas leiteiras pela falta de pastagem e ração com preços elevados . Com isso, ele já contabiliza um prejuízo de mais de R$ 800 mil.
Dos 125 animais, 15 já foram ser abatidos e de acordo com Tirone, na próxima semana esse número deve aumentar. “Por conta da chuva, não houve produção de silagem e a ração precisa ser encomendada de fora, mas o preço é muito alto, cerca de R$ 400 a saca.”
Ainda de acordo com ele, na região existem cerca de 1 mil produtores onde 980 já contabilizam prejuízos deixados pela seca. “Há 30 anos estou nessa profissão, é uma atividade de família, mas é a primeira vez que precisei tomar essas medidas. Agora, o que nos resta é tentar manter o que sobrou e seguir em frente”, lamenta.
Ainda no oeste de Santa Catarina, o produtor Jair Trizotto também já registra perdas. Segundo ele, 18 vacas já foram abatidas em função da dificuldade de encontrar alimentos destinados aos animais. “Nos próximos dias, se a chuva não chegar, vamos abater ainda mais animais. Está difícil encontrar os insumos, principalmente farelo de soja e silagem”, afirma ele.
Clique aqui e assista o vídeo do agricultor
Trizotto que também cultiva milho, já mensura danos ao fim da safra. “Os pés do grão não se desenvolveram, nessa época do ano o normal é ter cerca de 2 metros, mas não chegou nem mesmo em meio [metro]. Com isso, já estamos estimando uma perda de 80% em nossa produtividade.”