Tradição em produzir: Família Boeira Aranda começou com pecuária e aderiu à soja

"É um produtor que utiliza alta tecnologia”, confirma o engenheiro agrônomo da C.Vale, Fabiano Pedroso.

Era o início do século passado quando Otávio Boeira trocou São Borja (RS) por Mato Grosso do Sul para criar gado. Gaúcho daqueles para quem o fio do bigode era sinônimo de honrar a palavra, ele se instalou na fronteira com o Paraguai apenas com a cara e a coragem, convicto da missão de se fazer na vida engordando e vendendo bois. A empreitada deu certo e ele alcançou prosperidade, deixando 1.500 hectares de terras a cada uma das quatro filhas e um ensinamento que não tem preço: respeito aos compromissos. Mais de cem anos depois, as tradições e valores cultivados pelo avô estão sendo levados adiante pelo neto Thiago Boeira Aranda. Mil cabeças de gado Nelore e Aberdeen Angus ocupam três fazendas em Ponta Porã e Bonito. Os animais são criados em regime de semiconfinamento com suplementação a pasto. O ganho médio de peso é de 800 gramas por dia para animais Nelore e de 1.000 gramas/dia para Angus.

A família de pecuaristas resolveu diversificar atividades e, em 1998, passou a se dedicar, também, à soja. A cultura entrou na Fazenda Morro Alto, em Ponta Porã, em 1998. Bastante organizada, a propriedade é a comprovação de que produção e sustentabilidade ambiental podem andar juntas. Matas ciliares e áreas de preservação colorem de verde 308 dos 1.443 hectares da Morro Alto, onde a produtividade da soja começou em 45 sacas/hectares 22 anos atrás. Thiago utilizou insumos de qualidade e maquinário de ponta e, nos últimos cinco anos, adotou a agricultura de precisão. “A produtividade da soja passou de 52 para 71 sacas/hectare”, revela o produtor. Mirando-se no espírito movido a desafios do avô Otávio, Thiago quer elevar o rendimento médio para 75 sacas/hectare. “É um produtor que utiliza alta tecnologia”, confirma o engenheiro agrônomo da C.Vale, Fabiano Pedroso.

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Para garantir alimentação ao gado confinado, o produtor cultiva 2 mil hectares de milho por ano entre áreas própria e arrendada. O rendimento está na faixa de 90 sacas/hectare. Empreendedor, Thiago aproveitou o potencial de Mato Grosso do Sul e apostou em outras atividades para diversificar a renda: o transporte de cargas e a prestação de serviços de escavadeira hidráulica.

Com a vida estruturada, Thiago já vai transmitindo lições ao filho Leonardo, de 17 anos, para que dê sequência aos negócios. Delegando tarefas ao jovem, ele quer aproveitar bem os momentos que passa com o pequeno Henry, filho de 1 ano e nove meses com a esposa Andréa, além da mãe Otília, moradora de Antônio João. Para o produtor, saber conciliar o tempo entre trabalho e família é o primeiro passo para uma vida em harmonia.

Raio X Boeira Aranda

Localidade: Ponta Porã e Bonito (MS)

Pecuária: 1.000 animais

Nelore e Aberdeen Angus

Soja: 2.850 hectares

Produtividade: 71 sacas/hectare

Milho: 2.000 hectares

Produtividade: 90 sacas/hectare

Receita por atividade

Grãos: 75%

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