"Vinhedos, pomares e oliveiras nas regiões da Campanha gaúcha foram contaminados por agrotóxico usado na soja. Segundo reportagem do Zero Hora de dezembro de 2018, a desconfiança existia há alguns anos, mas desta vez buscou-se a comprovação do fato. A Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul analisou 53 amostras, das quais 52 tiveram laudos positivos para contaminação pelo princípio ativo 2,4-D. O caso está sendo acompanhado pelo Ministério Público daquele estado.
Mas a Secretaria da Agricultura gaúcha já agiu, criando novas restrições para a aplicação do produto, de forma a evitar a deriva – isto é, o atingimento de culturas que não eram alvo. Duas instruções normativas publicadas no começo de julho estabelecem novas regras, como o cadastro dos aplicadores e o termo de conhecimento de risco e responsabilidade, pelo qual o produtor rural deve assinar a receita agronômica, ficando ciente de que os produtos agrotóxicos hormonais, entre eles o 2,4-D, causam grandes prejuízos para culturas sensíveis.
Em maio, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia determinado restrições no uso do mesmo produto. A medida veio após reavaliação do ingrediente ativo do agrotóxico. Segundo a agência, foram analisados resíduos do 2,4-D em alimentos e na água. Mesmo considerando os níveis máximos de resíduos de 2,4-D encontrados em alimentos e na água, o risco para a população é bem reduzido, diz texto da Anvisa.
O agrotóxico, porém, teria causado quebra de até 40% na safra passada na região Campanha gaúcha, segundo estimativa do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). A vinícola do apresentador de televisão Galvão Bueno, no município de Candiota, foi uma das atingidas. Segundo reportagem da Zero Hora, a perda foi próxima a 30%; na safra anterior, as perdas chegaram a 50%, quando a deriva aconteceu na época da floração dos vinhedos."