Tomar a decisão correta para escolher o fungicida para a sua lavoura não é uma tarefa fácil. Pelo contrário, é um dilema sempre presente nas decisões que os produtores precisam tomar. Existem diversas opções de fungicidas no mercado, o que é muito bom, porém, é preciso estar tecnicamente embasado para fazer a escolha correta.
Para conseguirmos entender a hora da decisão, o Elevagro listou diversas dicas para auxiliar.
1. Saber o que se quer controlar
Os produtores precisam ter consciência de quais alvos são problemáticos em suas áreas e que precisam ser controlados. Essas informações passam por uma análise de safras anteriores. A eficácia dos fungicidas muda conforme as doenças. Além disso, conforme os alvos presentes, fungicidas de reforço podem ser escolhidos como forma de incrementar o controle.
A Figura apresenta as principais doenças que ocorrem na cultura da soja em diferentes locais de infecção da planta.
2. Eficácia de controle e espectro de ação
A partir do momento que se tem consciência dos alvos, é preciso escolher fungicidas que apresentem boa eficácia de controle sobre eles. No entanto, a campo, mais de uma doença pode ocorrer simultaneamente, como por exemplo manchas foliares, antracnose, ferrugem, oídio. Nesse caso, quanto maior o espectro de ação do fungicida, melhor, ou seja, quanto mais doenças ele conseguir controlar, melhor. Os fungicidas, em sua grande maioria, são formulados atualmente com dois ou três ativos diferentes, o que proporciona a eles aumento de espectro. Além disso, a utilização de fungicidas de reforço também contribuem para isso.
3. Conhecer quando inicia cada doença
Além de conhecer quais alvos ocorrem, é preciso saber quando essas doenças iniciam no campo e quando devemos utilizar o fungicida x ou o fungicida y. Por exemplo, manchas foliares iniciam cedo na cultura, dessa forma, fungicidas eficazes para manchas devem ser utilizados já nas primeiras aplicações, e não apenas no final do ciclo, onde serão menos efetivos.
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4. Momento em relação a infecção e dinâmica na planta
Alguns fungicidas respondem melhor quando aplicados preventivamente, sobre plantas sadias, livres de doenças, e dessa forma, devem ser utilizados nas primeiras aplicações. É o caso por exemplo das misturas de estrobilurinas + carboxamidas, que são produtos altamente técnicos, os quais são mais indicados para as primeiras aplicações devido a maior eficiência de controle nas fases de pré-penetração do fungo na planta. Outros fungicidas podem apresentar uma ação curativa mais satisfatória, podendo ser opções para as últimas aplicações.
5. Risco de falhas de controle
O risco de falhas de controle está ligado à resistência. Dessa forma, devem ser utilizados fungicidas formulados contendo 2 ou 3 ativos diferentes, com diferentes mecanismos de ação. Deve ser evitada a utilização de ativos isolados. Fungicidas multissítios apresentam baixo risco para resistência e por isso são opções de reforço para reduzir os riscos de falhas.
Para saber mais sobre fungicidas multissítios protetores, não deixem de conferir o vídeo “Multissítios e a contribuição ao controle de doenças” podendo ser acessado clicando aqui. https://elevagro.com/video/multissitios-e-a-contribuicao-ao-controle-de-doencas/
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6. Residual de controle
Diferente das hortaliças, como batata e tomate, em soja não é viável operacionalmente realizar aplicações semanais. Dessa forma, é preciso usar fungicidas que entreguem bom residual, capaz de manter proteção por 12 a 15 dias. Ligado a isso é que os fungicidas sistêmicos/mesostêmicos como estrobilurinas, carboxamidas e triazois são indispensáveis na proteção da lavoura.
Acesse o link a veja mais sobre a importância de utilizar intervalos seguros entre as aplicações de fungicidas. https://elevagro.com/video/programa-fungicida-importancia-de-intervalos-de-aplicacao-seguros/
6. Misturas de tanque
Toda mistura demanda cuidado, isso porque são muitas as interações possíveis dentro do tanque. Não apenas a molécula do fungicida em si pode ser afetada, mas os componentes de sua formulação, de forma a reduzir absorção e performance do produto.
7. Risco de fitotoxidade
Esse risco deve ser estimado conforme as condições da planta, ambiente e tecnologia de aplicação. Para cenários de maior risco deve ser utilizado produtos com menor potencial de causar fitotoxidade. Plantas mais velhas, no período de enchimento de grãos, por exemplo, se tornam mais suscetíveis a fitotoxidade. As aplicações nesse cenário devem ser bem planejadas e realizadas sob condições de ambiente favoráveis para minimizar os riscos.
8. Custo da aplicação
O custo dos fungicidas é um fator que não deveria sobrepor as questões técnicas. Uma aplicação deve ser encarada como um investimento, afinal, o papel dela é garantir sanidade as plantas e proteger o potencial produtivo. O custo pela ineficiência de controle pode ser bem maior, comparado ao custo de um programa robusto.