O Grêmio foi absolvido no caso de suposta injúria racial de um torcedor contra o atacante Yony González, do Fluminense. O clube havia sido condenado a pagar multa de R$ 30 mil no julgamento de primeira instância, mas recorreu da decisão e obteve a absolvição no Pleno do STJD, em julgamento realizado nesta segunda-feira, no Rio de Janeiro.
O clube gaúcho havia sido denunciado pela Procuradoria por infração ao artigo 243-D por suposta discriminação racial cometida por um torcedor contra o atleta do Fluminense, no jogo entre as duas equipes, no dia 5 de maio. Por cinco votos a dois, os auditores decidiram absolver o Grêmio por falta de provas. Com isso, o clube fica livre da multa.
– Foi uma luta, mas valeu. O Grêmio se saiu muito satisfeito porque o tribunal reconheceu o trabalho do clube contra o racismo, de abolir os cânticos racistas. É uma coisa positiva para o Grêmio e mostra como é uma ação importante – destaca o diretor jurídico Nestor Hein, ao GloboEsporte.com.
Yony Gonzalez contra o Grêmio na Arena — Foto: Lucas Merçon
O caso veio à tona no dia seguinte à vitória do Fluminense por 5 a 4 sobre o Tricolor, pela 3ª rodada do Brasileirão. Em vídeo divulgado pela FluTV, seria possível ouvir o termo "macaco" usado por uma torcedora não identificada para ofender o atleta do Fluminense.
Denunciado pela Procuradoria, o clube gaúcho foi condenado por quatro votos e um a pagar multa de R$ 30 mil em julgamento na 5ª Comissão Disciplinar, no dia 17 de maio. Ao analisar o caso, porém, o relator do processo no Pleno, auditor Mauro Marcelo de Lima e Silva, considerou que não há provas suficientes para condenar o clube.
– A prova da Procuradoria é uma versão editada que se dissipou. Faltou a Procuradoria escutar e auscultar melhor o material e produzir um laudo pericial. Face ao escasso material faltou um aprofundamento fonético. É evidente que a intolerância e o preconceito devem ser combatidos. Encaminho meu voto no sentido que a condenação deve ser revista absolvendo o Grêmio por insuficiência probatória – justificou.
Vice-presidente do STJD, o Auditor Otávio Noranha discordou do relator e manteve a condenação. Ele foi acompanhado Ronaldo Piacente. Os auditores João Bosco, José Perdiz e Arlete Mesquita votaram pelo absolvição do Grêmio, assim como o presidente Paulo César Salomão Filho.