Influenciadores Conquistam Público Mostrando A Vida Como Ela É

Enquanto a maior parte dos trabalhadores brasileiros percorre longas e desgastantes rotinas de trabalho para ganhar cerca de um salário mínimo, há quem tenha decidido furar a bolha e abandonar a forma tradicional de trabalhar, monetizando o dia-a-dia através da transmissão da própria vida através das redes sociais.

Assim como “a tv” fazia com que milhões de pessoas se unissem para acompanhar uma história fictícia em uma novela, hoje são o TikTok, o Instagram e outras plataformas que fazem com que diversos grupos de conectem para acompanhar e opinar sobre outras histórias. A diferença é que, desta vez, os atores são os próprios personagens.

Os nichos e enredos são diversos e, por isso, é difícil encontrar alguém que não tenha alguma espécie de contato com pelo menos um ou dois influenciadores, e a tendência é que as coisas continuem assim – pelo menos, por um tempo.

Games: Brincadeira que virou coisa séria

Jogando Free Fire, Fortnite, Minecraft ou League of Legends, o número de pessoas que têm utilizado plataformas como o Youtube e a Twitch para transmitir suas aventuras digitais continua crescendo, assim como as cifras que os gamers influenciadores têm faturado.

Embora hoje muitos dos players já comecem a jogar pensando em fazer renda em cima disso, a grande maioria começou suas contas em plataformas de streaming apenas por diversão.

Os jogos, no entanto, são cheios de macetes e segredos, e geram muitas dúvidas que podem ser utilizadas para produzir conteúdo a atrair o público gamer, tanto para canais de reprodução e interação dos players quanto para sites que “dão aula” e ensinam macetes para os jogadores.

O público é muito específico e se une em grupos que frequentam os mesmos tipos de sites, inclusive porque o conteúdo que consomem não é encontrado facilmente em outros perfis e canais, que tratem de outros tipos de assuntos.

Um player pesquisa termos que poucas pessoas de fora do mundo gamer vão compreender: “criar nomes de usuário com espaço invisível original no Nick FF”, “como ter todas as skins do Free Fire”, “como aprender a fazer runas no LOL”, e outras que não são explicadas em qualquer lugar e, por isso, alimentam (aos milhões) os perfis dos gamers influencers.

São hacks que atraem players de diversos países do mundo e fazem com que os influenciadores e produtores de conteúdo conquistem cifras estratosféricas, brincando. Ou melhor, jogando.

Atualmente, um dos principais gamers do mundo (se não o principal) é conhecido como “Ninja” e possui mais de 18 milhões de seguidores no seu canal da Twitch. Uma demonstração clara de quanto há pessoas interessadas em nichos específicos dentro da internet.

Dados da 9ª edição da Pesquisa Game Brasil (PGB), revelaram que entre 2019 e 2021, streamers brasileiros receberam cerca de US$ 22 milhões em pagamentos pela Twitch, a principal plataforma de live streaming do mundo.

Empreendedorismo: A rotina dos sonhos, mostrada sob o prisma da realidade

Empreender é um desafio para qualquer pessoa que deseje se arriscar no mundo dos negócios, mas, hoje, a jornada não precisa ser um tiro no escuro.

Existem inúmeros canais no Youtube e perfis no Instagram que mostram o dia a dia de empreendedores dos mais variados segmentos e levam ao público um pouco da realidade a respeito do que é ser micro empresário no Brasil.

Um canal que demonstra bem esse tipo de conteúdo é o do Rei Caça Vazamentos no Youtube. Indo além da publicidade, o empreendedor aproveitou a demanda por informação a respeito do assunto e começou a mostrar, nos vídeos, como é a rotina de uma empresa de serviços de encanadores e desentupidores.

Com o tempo, um canal como esse pode se tornar um braço da empresa ou, até mesmo, o carro chefe do empreendimento.

A produção de conteúdo e o mercado de influência gera patrocínios, investimentos e abre portas que, em muitos casos, poderiam não ser tão fáceis de abrir quando o que se tem é um negócio comum.

A Vida como Produto

Além dos influenciadores que transformam seus hobbies e profissões em conteúdo para entretenimento do público e obtenção de receita, há quem faça da própria vida uma espécie de reality show, mostrando ou contando detalhes específicos ou globais sobre suas rotinas.

Distante de qualquer espécie de julgamento, o fato demonstrado é que há, de fato, público para todo tipo de conteúdo.

As pessoas se unem por inúmeros motivos e passam a acompanhar aqueles com quem se identificam.

Um exemplo perfeito é o perfil da Érika Diabética (Doce Érica), no Tiktok, que une pessoas que possuem o mesmo problema de saúde e portanto, dúvidas parecidas.

Perguntas comuns do dia a dia, como: “diabetico pode comer manga?”, “adoçante faz mal?”, e “como saber se o diabetes está alto?”, são algumas das que unem os seus mais de 10.000 seguidores, e a partir daí, onde existe público unido, existe a possibilidade de patrocínio, parcerias, contatos, etc.

Esse é um caso específico, apenas para sinalizar que existem infinitos grupos de pessoas que podem estar em contato com um influenciador por causa de suas experiências, problemas, características, comportamentos, ou qualquer outro motivo.

Há uma demanda por conteúdo quase que ilimitada, e sempre que há oportunidade, há alguém pronto para abraçá-la. O universo da influência digital está consolidando isso de forma inegável.

Dados divulgados pela empresa dinamarquesa Influencer Marketing Hub estimam que o faturamento global dos influenciadores pode chegar a US$ 21 bilhões este ano e que o mercado ainda está muito longe da saturação.

Fonte: Bruna Bozano

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