O Palmeiras se reapresenta na tarde desta terça-feira na Academia de Futebol para uma rara semana livre de treinamentos – o próximo jogo será na segunda-feira, contra o Bragantino, no Pacaembu. E os erros apresentados pelo Verdão no Dérbi devem preencher os trabalhos até lá.
Após a derrota para o Corinthians, no sábado, Felipão indicou problemas e a necessidade de evolução, principalmente no setor ofensivo. No geral, porém, a avaliação é de que não há necessidade para uma cobrança acima do tom – com exceção a Deyverson –, já que o time está com dez pontos, um abaixo da meta estipulada para as cinco primeiras rodadas do Paulistão.
Depois de sofrer um gol logo no começo da partida, os palmeirenses tiveram dificuldade para furar a retranca do Corinthians e, mesmo criando diversas chances, não conseguiram evitar a derrota em casa.
Veja algumas fragilidades apresentadas pelo Palmeiras no clássico:
Finalização
O Palmeiras teve 25 finalizações no clássico. Bom número se não fosse a ineficiência apresentada pelos alviverdes. Além de uma bola na trave após um chute desviado no primeiro tempo, apenas um chute exigiu defesa de Cássio, na segunda etapa.
Dudu invade a área, bate firme, e Cassio faz boa defesa, aos 20 do 2º tempo
Assim como já havia ocorrido na final do Paulistão do ano passado, o Verdão teve mais a bola nos pés contra o rival, mas não soube transformar isso em pressão ao adversário.
Se antes Borja e Deyverson mereciam elogios pelo bom início de temporada, a dupla deixou a desejar no Dérbi por motivos distintos. O primeiro desperdiçou grande chance na primeira etapa, dentro da área, enquanto o segundo foi expulso mais uma vez.
Criatividade pelo meio
Com a queda de rendimento de seu sistema ofensivo, o Palmeiras viu nos cruzamentos para a área do Corinthians a melhor tentativa de buscar o empate. Mas exagerou. O time até teve oportunidades pelo alto, mas nada que atrapalhasse Cássio.
Lucas Lima teve atuação apagada no Dérbi de sábado — Foto: Flavio Florido/BP Filmes
Borja, Deyverson, Gómez e Luan tiveram chances e erraram o alvo. A pouca produção de Lucas Lima, e depois de Gustavo Scarpa, e dos pontas facilitaram a vida do rival, mostrando um problema importante a ser solucionado pela comissão técnica.
– Precisamos ter um pouco mais de organização no setor de meio para que possamos ter mais chances, não apenas pelo alto – avaliou Felipão, no sábado.
Novatos
Carlos Eduardo foi a aposta de Felipão para dar velocidade ao ataque palmeirense. Mas, uma sucessão de erros, com direito a gol perdido de cabeça dentro da área, fez com que o treinador optasse pela saída do atacante no intervalo.
Mayke coloca na cabeça de Carlos Eduardo, que cabeceia muito mal e para fora, aos 33 do 1º tempo
Felipe Pires, outro estreante em Dérbi, participou mais do jogo no início da segunda etapa, mas depois acabou isolado pelo sistema defensivo corintiano.
Questionado sobre o desempenho de Carlos Eduardo, Felipão mostrou confiança na evolução do jogador.
– Ele teve a jogada que perdeu o gol de cabeça, depois daquele momento deu uma caída, ficou um pouco preocupado com aquilo. Erra todo mundo, acerta todo mundo. Aos poucos vai se soltando – disse.
Talento individual
Repertório não falta ao Palmeiras. Seja por um drible de Dudu, um avanço como elemento-surpresa de Bruno Henrique, um lançamento de Felipe Melo ou uma boa infiltração de Mayke ou Lucas Lima.
O que faltou ao time de Felipão no sábado foi um estilo de jogo coletivo que pudesse favorecer o talento individual na hora da decisão. E é nisso que a comissão técnica deve trabalhar para recuperar nas próximas rodadas, porque retrancas serão comuns na vida do campeão brasileiro em 2019.
Bruno Henrique, capitão do Palmeiras, foi substituído no segundo tempo do Dérbi — Foto: Marcos Ribolli
Mesmo o Campeonato Paulista sendo diminuído pelo Palmeiras desde o ano passado, ele é a única oportunidade de título do primeiro semestre, além de ser importante na evolução do time para a Libertadores.